Paciente alega importunação sexual durante exame ginecológico e agride médico em Juiz de Fora


Centro de Especialidades Norte (CEN) de Benfica, em Juiz de Fora
Prefeitura de Juiz de Fora/Divulgação
Uma paciente de 46 anos fez um boletim de ocorrência contra um médico ginecologista, de 74 anos, alegando importunação sexual durante uma consulta no Centro de Especialidades Norte (CEN) do Bairro Benfica, em Juiz de Fora, na manhã de terça-feira (29).
Segundo o boletim de ocorrência, a mulher relatou que, após comentários inapropriados e toques considerados indevidos durante os exames, agrediu o profissional com um soco no rosto.
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O médico, que já foi vereador em Juiz de Fora com mandatos de 1977 a 1982 e 1983 a 1988, foi detido por suspeita de importunação sexual e a mulher por agressão. O g1 entrou em contato com a Polícia Civil para saber se os dois tiveram as prisões confirmadas e aguarda retorno.
Em nota, a Prefeitura de Juiz de Fora afirmou que repudia qualquer forma de violência e informou que será instaurado um procedimento interno para apurar os fatos. Veja a íntegra da nota no fim do texto.
Paciente diz que médico fez comentários inapropriados
De acordo com o BO, a mulher contou que foi até o Centro de Especialidades Norte de Benfica para uma consulta dermatológica e aproveitou para realizar um exame ginecológico preventivo, também conhecido como Papanicolau, com o ginecologista.
Durante o procedimento, a paciente afirmou que o médico fez comentários como: “Seios durinhos, bonitos. Quantos parceiros já teve?”. Além de: “Canal fechado, deve estar virgem de novo, apertadinho”.
Ainda conforme a mulher, o profissional de saúde também acariciou a barriga dela e repetiu três vezes: “Você tem certeza que não quer?”. Após essa fala, ela saiu do consultório chorando, buscou apoio de uma funcionária da unidade e fez uma ligação para o filho.
Na sequência, ela reencontrou o médico no corredor, deu um soco no rosto dele e foi contida por funcionários do Centro de Especialidades Norte.
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Médico negou comentário inapropriado
Consta no BO que o ginecologista afirmou à polícia que a mulher não tinha consulta agendada, mas foi atendida prontamente. Ele informou ter realizado exames de rotina, como palpação das mamas, uso de espéculo e coleta de material para exame. Além disso, explicou que percebeu um furúnculo no abdômen e, por esse motivo, fez palpação na região. Por fim, confirmou ter perguntado sobre parceiros e disse que essa é uma prática comum na especialidade.
O profissional negou qualquer comentário inapropriado ou conduta imprópria, afirmou não ter sido alertado pela paciente sobre desconforto durante a consulta e relatou ter sido agredido de forma inesperada no corredor da unidade.
Enfermeira afirmou que paciente não queria ser consultada pelo médico
Uma enfermeira afirmou que a paciente resistiu ao saber qual médico a atenderia e afirmou não querer ser examinada por ele. Após a consulta, a paciente saiu em prantos e relatou que o profissional fez perguntas sobre vida sexual e comentou sobre o útero e o exame dos seios. Naquele momento, não houve relato de condutas graves.
Outra testemunha relatou ter presenciado a agressão física no corredor e tentou conter a paciente, que estava exaltada.
Nota da Prefeitura de Juiz de Fora
“A Secretaria de Saúde repudia qualquer forma de violência nas unidades de atendimento e informa que será instaurado procedimento interno para apuração dos fatos, com garantia do direito ao contraditório e à ampla defesa. A Secretaria informa, ainda, que a usuária recebeu prontamente os cuidados clínicos necessários, permanecendo sob acompanhamento até o momento em que pôde se dirigir à delegacia para registrar boletim de ocorrência e prestar depoimento. O médico agredido também foi imediatamente atendido pela equipe, recebendo todos os cuidados necessários após a agressão. Ele também registrou a ocorrência, se apresentou às autoridades competentes e permanece à disposição para os devidos esclarecimentos. O caso segue sob responsabilidade da Polícia Militar”.
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