Mulher é condenada a mais de 40 anos de prisão por matar filha a facadas, esquartejar o corpo e escondê-lo na geladeira de casa


Geladeira em que o corpo da criança foi encontrado
Arquivo pessoal
A Justiça de São Paulo condenou nesta semana uma mulher a 40 anos e 10 meses de prisão por ter matado a filha a facadas, esquartejado o corpo e guardado as partes dentro da geladeira de sua casa por um período de aproximadamente 18 dias. O crime foi cometido em agosto de 2023.
Na última segunda-feira (28) o júri popular considerou Ruth Floriano culpada pelo assassinato e ocultação do corpo de Alany Izilda Floriano Silva. A ré tem 32 anos atualmente e seguirá presa para cumprir a pena. A filha tinha 9 anos. O caso repercutiu à época na imprensa.
O g1 não tinha conseguido localizar a defesa de Ruth até a última atualização desta reportagem.
Segundo o Ministério Público (MP), a pena da mulher foi aumentada em dois terços devido à relação de parentesco entre ela e a filha, conforme a “Lei Henry Borel”, que torna crime hediondo o homicídio contra menor de 14 anos.
O projeto ficou conhecido como “Lei Henry Borel” em referência ao menino de 4 anos assassinado em 2021 no Rio. O padrasto e a mãe são acusados do crime.
O crime
De acordo com a acusação do MP, Ruth confessou que decidiu matar Alany porque a filha a incomodava por não se conformar com a separação dos pais.
A criança chegou a morar por um tempo com uma tia em Atibaia, no interior paulista. Mas depois voltou a viver com a mãe na capital paulista, “apesar de a mulher não nutrir pela criança qualquer sentimento de afeto”, segundo a Promotoria. A mulher ainda teria consumido drogas antes de cometer o crime.
“Entre os dias 8 e 9 de agosto de 2023, a mulher atacou a filha com golpes de faca, desmembrou o corpo e colocou as partes em um saco e em uma caixa térmica, deixando tudo na geladeira. Dias depois, a mulher se mudou para outra casa e, já no novo imóvel, manteve a geladeira embalada, o que chamou a atenção de algumas pessoas”.
Ruth estava namorando outro homem à época. E a então sogra dela desconfiou da geladeira fechada e a abriu, encontrando pedaços do corpo da criança. A Polícia Militar foi chamada ao local e depois prendeu a mãe da menina em flagrante.
A ré foi condenada por homicídio doloso qualificado contra menor de 14 anos e emboscada por motivo fútil, recurso que dificultou a defesa da vítima e ocultação de cadáver.
Ainda segundo o MP, o promotor Daniel Dallarosa destacou que a “psicopatia da ré, atestada por perícia no processo, consiste em um padrão persistente de desrespeito às normas sociais, ausência de remorso e comportamento manipulativo, sem afetar a compreensão da ilicitude dos atos.”
O promotor ainda argumentou que “a frieza emocional e a ausência de empatia característicos do transtorno não constituem excludentes de responsabilidade.”
Quais as diferenças entre o homicídio culposo e doloso?
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