
04/06/25 – Senador Davi Alcolumbre, presidente do Senado, e o deputado Hugo Motta, presidente da Câmara dos Deputados, durante abertura do BRICS Parliamentary Forum no Senado Federal.
Ton Molina/FotoArena/Estadão Conteúdo
Os presidentes do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), e da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), se irritaram com os senadores e deputados bolsonaristas que ocuparam as mesas das duas Casas e dizem que só vão deixar o local se o projeto da anistia for colocado em votação.
A irritação dos dois, segundo interlocutores, só aumentou depois de o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) reforçar os desafios aos presidentes das duas Casas.
O filho do ex-presidente Bolsonaro voltou a dizer, em entrevista ao Globo que, se eles não pautarem o impeachment de Alexandre de Moraes e a anistia aos golpistas de 8 de janeiro de 2023, correm risco de sofrerem sanções.
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Alcolumbre e Hugo Motta estão particularmente irritados com o tom da oposição, de tentar impor na base da ameaça, a pauta do Senado e da Câmara. Eles lembram que a oposição bolsonarista não tem voto para impor essas pautas, a não ser que convençam outros aliados dentro do Congresso Nacional.
Segundo interlocutores, os presidentes das Casas classificaram o ato de ocupação das mesas do Senado e da Câmara como uma atitude arbitrária e um desafio às autoridades deles.
Alcolumbre soltou nota pedindo serenidade e bom senso, convocando reunião de líderes.
Motta também convocou sessão de líderes para amanhã.
Os dois encerraram as sessões desta terça-feira (5). Segundo interlocutores, eles esperam que os bolsonaristas entendam o ato arbitrário que estão cometendo e voltem atrás.
“Não será pela base da força que eles vão fazer o Congresso funcionar a favor deles. É com negociação e com votos”, disse um interlocutor dos dois presidentes. A situação foi classificada de muito delicada e uma demonstração de um lado autoritário dos aliados de Bolsonaro.
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Para evitar que outras pessoas invadam os plenários das duas casas, seguranças foram colocados nas entradas para permitir apenas que os parlamentares tenham acesso aos locais.