
Moradores em situação de rua na região central de Rio Preto (SP)
Reprodução/TV TEM
São José do Rio Preto (SP) ocupa a décima posição entre as 50 maiores cidades brasileiras em proporção de moradores em situação de rua, segundo um levantamento do Ministério dos Direitos Humanos, com base no Cadastro Único (CadÚnico).
São 1.176 pessoas vivendo em praças, sob pontes e, principalmente, em áreas centrais, o que representa 234 moradores de rua a cada 100 mil habitantes.
📲 Participe do canal do g1 Rio Preto e Araçatuba no WhatsApp
O número é superior ao total da população de 12 cidades do noroeste paulista, como Turmalina e Santa Salete, quando somada a toda a região de Rio Preto: 2.074 pessoas em situação de rua. Entre os municípios vizinhos com maiores registros, estão Mirassol (107), Tanabi (106) e Olímpia (98). Na sequência, aparecem Votuporanga (86), Catanduva (83) e Jales (69).
Ainda de acordo com o levantamento, divulgado na última semana de julho e referente a dezembro de 2024, houve leve queda no número de pessoas vivendo nas ruas de Rio Preto em relação a 2023, quando eram 1.255. Apesar disso, reverter o quadro segue como desafio para o poder público.
A Secretaria de Assistência Social de Rio Preto, porém, classifica o levantamento como desatualizado e afirma que os dados não refletem necessariamente a realidade local. Segundo a pasta, um censo municipal realizado em 2024 identificou 756 pessoas em situação de rua na cidade.
Moradores de rua presentes no Viaduto João Mesquita em Rio Preto
Reprodução/TV TEM
Entre os pontos com maior concentração de pessoas, estão o entorno do Centro Pop, na Avenida Philadelpho Manoel Gouveia Neto, as proximidades do Viaduto Jordão Reis, a Rua General Glicério (próxima ao terminal rodoviário) e áreas sob pontes no Centro da cidade.
A tentativa de transferir o Centro Pop para o bairro Boa Vista foi abandonada após resistência da comunidade. O novo local para o serviço ainda não foi definido.
Em nota enviada ao g1, a Secretaria de Assistência Social informou que oferece atendimento especializado por meio do Centro Pop, com serviços como guarda de pertences, higiene, lavanderia, alimentação (via ticket do Bom Prato), documentação, Cadastro Único, atendimento de saúde, abordagem social, acolhimento institucional e reinserção social. O município também mantém parcerias para manutenção de abrigos e casas de passagem, com mais de 180 vagas disponíveis.
Entre as articulações com outras pastas, estão encaminhamentos ao Balcão de Empregos, atendimento de saúde especializado via Caps, parceria com o Consultório na Rua e encaminhamento de casos à Secretaria de Habitação para solução de moradias precárias.
A prefeitura aponta como principais desafios para a reintegração social fatores como pobreza extrema, ausência de renda, uso abusivo de substâncias psicoativas, vínculos familiares fragilizados e discriminação racial.
LEIA TAMBÉM:
Vereadores aprovam projeto que obriga prefeitura a apresentar estudo de viabilidade antes de instalar novo Centro POP em Rio Preto
Números em outras cidades da região
Equipe do Centro Pop de Araçatuba realiza serviços como distribuição de agasalhos
Reprodução/Prefeitura de Araçatuba
Em Araçatuba (SP), segunda maior cidade do noroeste paulista, vivem 438 pessoas em situação de rua, o equivalente a cerca de 210 a cada 100 mil habitantes. Birigui tem 204 moradores de rua e Jales 69.
Por meio de nota, a Prefeitura de Araçatuba informou que mantém uma rede de atendimento coordenada pela Secretaria de Assistência Social, com o Centro Pop como unidade central. O serviço oferece banho, higiene, lavagem de roupas, guarda de pertences, café da manhã e atendimentos técnicos por psicólogos e assistentes sociais.
Também há suporte jurídico por meio de parceria com a Defensoria Pública, serviço de abordagem social nas ruas e concessão de passagens intermunicipais para retorno ao local de origem, quando necessário.
O município mantém três unidades de acolhimento institucional: o Albergue Noturno Bom Jesus da Lapa (34 vagas), a Unidade de Acolhimento Institucional para Pessoas em Situação de Rua (25 vagas, com permanência de até seis meses) e a Unidade Manolo Garcia (44 vagas), destinada a adultos com limitações físicas que precisam de acolhimento de longa permanência. A gestão também articula ações com a rede de saúde, trabalho e renda, segurança pública e outros setores.
Moradores reclamam de insegurança com tráfico de drogas em Rio Preto
Veja mais notícias da região no g1 Rio Preto e Araçatuba
VÍDEOS: confira as reportagens da TV TEM