
O chargista Renato Aroeira lamenta morte de Jaguar
Colegas de profissão e admiradores prestaram homenagens e lamentaram a morte do cartunista Sérgio de Magalhães Gomes Jaguaribe, o Jaguar, aos 93 anos.
Um dos fundadores do jornal satírico O Pasquim, Jaguar morreu neste domingo (24), no Rio de Janeiro, onde estava internado com pneumonia. A informação foi confirmada por familiares de Jaguar à TV Globo.
“Jaguar é o melhor cartunista brasileiro, meu amigo, querido, e é uma perda irreparável do humor para o Brasil”, disse o cartunista Chico Caruso, que o visitou no hospital pouco antes da morte.
Para ele, o colega foi “um profissional fantástico, sem igual” e ficará “eternizado como o eterno Jaguar”.
O chargista Renato Aroeira também destacou a importância do amigo: “Jaguar foi mestre, professor, inspiração, gênio, um dos maiores chargistas que eu já vi no planeta. Incansável, trabalhou até o último minuto, sempre crítico, feroz e amado por gerações”.
O cartunista Miguel Paiva comenta a morte de Jaguar
Miguel Paiva lembrou da convivência próxima e do estilo peculiar de criação do colega:
“Sempre divertido, talentoso e com uma curiosidade que nos intrigava: ele começava a desenhar por baixo, pelo pé, ia subindo pela perna até chegar na cabeça. Era uma forma muito estranha e única de trabalhar. Esse era o Jaguar querido que conheci e com quem convivi tantos anos”.
Já o cartunista, roteirista e jornalista José Alberto Lovetro, o Jal, presidente da Associação dos Cartunistas do Brasil, destacou o papel histórico de Jaguar:
“Jaguar não era só um humorista. Ele é uma personalidade que faz parte da história do Brasil. O país é o único no mundo em que um grupo de humoristas, principalmente cartunistas, enfrentou a ditadura. A ditadura tentou calar o Pasquim, prendeu seus principais nomes, mas o jornal sobreviveu — e a ditadura acabou. O Jaguar é um herói para a gente”.
Nas redes sociais, fãs também se manifestaram.
“Dia triste demais para o traço brasileiro. Partiu para o andar de cima o gigantesco Jaguar”, escreveu um internauta.
“R.I.P., Jaguar. Triste notícia. Triste fim de domingo”, disse outro.
Cartunista Jaguar conta que formou grupo de teatro com Agildo Ribeiro quando tinham 15 anos
Alba Valéria Mendonça/G1
Trajetória
Jaguar começou a carreira aos 20 anos, na revista Manchete. Ao lado de nomes como Ziraldo, Millôr Fernandes e Henfil, ajudou a criar o Pasquim, em 1969, que se tornou símbolo da resistência ao regime militar.
Também colaborou com revistas e jornais como Senhor, Civilização Brasileira, Pif-Paf e Tribuna da Imprensa. Na TV Globo, foi responsável por animações que marcaram as vinhetas do “Plim Plim”. Entre seus livros, estão Átila, você é bárbaro (1968) e Ipanema, se não me falha a memória (2001).
Até a última atualização desta reportagem, não haviam sido divulgadas informações sobre o velório e o enterro.
Morre o cartunista Jaguar, aos 93 anos