
Psicólogo infantojuvenil é condenado a 55 anos de prisão por abusar de pacientes em Valinhos
Reprodução
A Justiça condenou Rafael Ladenthin Menezes, psicólogo especializado no atendimento a crianças e adolescentes, a 55 anos e cinco meses de prisão por estuprar três pacientes na clínica onde atendia, em Valinhos (SP). Cabe recurso.
Segundo o Ministério Público (MP-SP), as vítimas tinham entre 11 e 13 anos à época dos crimes, praticados em 2023 e 2024. A sentença, publicada em 5 de agosto e divulgada pela promotoria nesta segunda-feira (25), foi agravada pela “relação de autoridade entre o criminoso e os meninos”.
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Menezes foi preso no dia 18 de julho de 2024 por determinação da 3ª Vara Judicial. À época, o consultório do psicólogo foi alvo de mandado de busca e apreensão e, além disso, a Justiça quebrou o sigilo telefônico (ligações) e telemático (mensagens) do celular e notebook dele.
Em nota, o advogado João Paulo Sangion, que representa o psicólogo, disse já ter recorrido da sentença e que o processo “contém nulidades e momentos em que a defesa foi cerceada”. Leia o posicionamento completo abaixo.
Réu deve indenizar as vítimas
Ainda de acordo com o MP-SP, a juíza Marcia Ishikawa, da 3ª Vara de Valinhos, decidiu que o réu deve pagar R$ 20 mil a cada uma das vítimas como reparação por danos morais.
“Todos os abusos aconteceram no consultório do réu, que aproveitava os momentos em que ficava sozinho com os garotos para praticar os atos libidinosos”, destacou a promotoria, em nota.
Investigação
Rafael atendia em uma clínica no bairro Paiquerê. O g1 apurou que inquérito policial foi aberto no dia 11 de julho de 2024 após a família de um menor procurar a delegacia para reportar os abusos durante sessões de terapia.
Uma apuração da EPTV, afiliada da Globo, aponta ao menos sete famílias de adolescentes que teriam sido vítimas do psicólogo procuraram a Polícia Civil para prestar depoimento.
No entanto, de acordo com mães ouvidas pela reportagem, cerca de 10 boletins de ocorrência foram registrados contra ele. Todas as vítimas são meninos que frequentavam a terapia há mais tempo e que têm relatos semelhantes sobre a violência sofrida.
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O que diz a defesa
“A defesa do psicólogo, pelo advogado João Paulo Sangion, já recorreu da sentença. Esclarece que, no seu entendimento, o processo contém nulidades e momentos em que a defesa foi cerceada. Quanto à pena imposta, houve manifesta inobservância da lei penal para a fixação da quantidade de pena, e o recurso interposto também se insurgiu contra esta ilegalidade”.
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