Ameaças a Felca: homens presos sabiam que eram investigados e conversavam sobre atuação da polícia


Ameaças a Felca: presos sabiam que eram investigados e conversavam sobre ação da polícia
Os homens presos durante a investigação sobre ameaças ao humorista Felipe Bressanim Pereira, conhecido como Felca, sabiam que estavam sendo investigados, e comentavam a atuação da polícia em conversas por aplicativos. Além disso, foi encontrado no computador deles conteúdo relacionado ao youtuber, segundo o delegado Guilherme Caselli, da Polícia Civil de São Paulo.
Cayo Lucas Rodrigues dos Santos, de 22 anos, e Paulo Vinicios Oliveira Barbosa, de 21 anos, estão presos preventivamente, por ordem da Justiça de Pernambuco, no Centro de Observação Criminológica e Triagem Professor Everardo Luna (Cotel), em Abreu e Lima, no Grande Recife.
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Eles foram detidos em Olinda, durante uma operação da Polícia Civil de São Paulo, e são investigados por uma série de crimes cibernéticos, incluindo invasão de sistemas públicos.
Cayo foi preso pela Polícia Civil de São Paulo, por suspeita de enviar e-mails com ameaças a Felca. No dia 6 de agosto, o youtuber publicou o vídeo-denúncia “Adultização”, sobre exploração e abuso de crianças e adolescentes na internet.
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Já Paulo Vinicios não era alvo da operação, mas foi preso porque, no momento em que o amigo foi detido, o computador dele estava aberto num sistema restrito da Secretaria de Defesa Social (SDS). Por isso, ele foi preso por invasão de dispositivos informáticos.
Segundo o delegado Guilherme Caselli, ainda não há comprovação de que Paulo Vinicios tenha participado das ameaças (veja vídeo mais acima).
“Não temos provas de que ele participou, que ele concorreu nas ameaças, mas […] no próprio computador, a gente viu o registro de pesquisa sobre o influenciador digital Felca. Vimos conversas no WhatsApp que estavam abertas falando da atuação policial. De fato, eles sabiam que estavam sendo investigados e que o que eles estavam cometendo era um crime gravíssimo. Por isso foram presos”, explicou o delegado.
Já a prisão de Cayo é decorrente de uma decisão judicial do Tribunal de Justiça de São Paulo, emitida em caráter de urgência no dia 17 de agosto. Felca solicitou ao Google Brasil a quebra de sigilo de dados de um e-mail específico que o ameaçava, e os dados foram rastreados até o pernambucano.
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Reprodução/TV Globo
Felca alega ter recebido ameaças de morte e falsas acusações de pedofilia após publicar o vídeo sobre a “adultização” nas redes sociais, o que configurava um risco concreto à sua segurança pessoal. O tribunal acolheu o pedido e ordenou que o Google fornecesse em 24 horas as informações de identificação do usuário responsável pelo e-mail, incluindo IPs de acesso e dados cadastrais.
“As ameaças estavam acontecendo via e-mail, via WhatsApp, via rede social, enfim. A gente procedeu a uma série de quebras de sigilo e conseguiu rastrear a conexão dessas pessoas que estavam produzindo essas ameaças. Então, a gente representou judicialmente pela quebra de sigilo, pela busca e apreensão e pela prisão”, disse o delegado.
Na terça-feira (26), o Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE) manteve, em audiência de custódia, a prisão de Cayo Lucas. Além disso, o Judiciário converteu em preventiva a prisão em flagrante dele e de Paulo Vinicios por invadir sistemas do poder público para obter dados sigilosos.
A sessão foi presidida pelo juiz José de Andrade Saraiva Filho. Ele considerou “”incabível a concessão da liberdade provisória para ambos”, já que, segundo ele, há “indícios suficientes de autoria e prova da materialidade por meio dos depoimentos colhidos pela autoridade policial e auto de apresentação e apreensão acostados aos autos”.
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De acordo com a polícia, tanto Cayo Lucas Rodrigues dos Santos quanto Paulo Vinicios Oliveira Barbosa confessaram que compravam credenciais para entrar em sistemas de polícias e secretarias de segurança de todo o Brasil.
Eles anunciavam e vendiam, por meio do Telegram, acesso a dados sigilosos de pessoas, e prometiam bloquear contas bancárias de qualquer pessoa do Brasil. Por causa disso, eles são investigados por invasão de dispositivo eletrônico.
Cayo Lucas também é investigado por fazer parte de uma quadrilha que, por meio de “desafios”, promovia exploração sexual de crianças e adolescentes. Segundo o secretário de Segurança Pública de São Paulo, Guilherme Derrite, ele vendia material de abuso infantil nas redes.
Segundo a polícia, o envolvimento dele com esse tipo de crime pode ser a motivação das ameaças a Felca por e-mails. As mensagens foram enviadas no dia 16 de agosto.
Em um dos e-mails, enviado às 5h30, o remetente diz: “Você acha que vai ficar impune por denunciar o Hytalo Santos”, em referência a uma das denúncias do vídeo de Felca, que cita o influenciador por exploração de menores de idade nos conteúdos que divulga nas redes sociais.
A mensagem prossegue com ameaças: “Você tá enganado você vai ferrar muito sua vida”, “prepara pra morrer” e “você vai pagar com a sua vida”. Um segundo e-mail, enviado às 8h05 pelo mesmo remetente, reitera as ameaças.
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