Polícia Federal indicia cinco agentes públicos por corrupção e fraude eleitoral em Parintins


MP recomenda exoneração de PMS filmados em reunião suspeita de favorecer candidata
A Polícia Federal concluiu, na manhã desta quarta-feira (27), o inquérito da Operação Tupinambarana Liberta. Cinco agentes públicos foram indiciados por organização criminosa, corrupção eleitoral e tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito.
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Segundo a investigação, o grupo usou parte da estrutura do governo estadual, com apoio de policiais, para beneficiar uma candidatura à Prefeitura de Parintins (AM). As ações incluíram compra de votos e tentativas de impedir o direito ao voto.
O inquérito foi enviado ao Ministério Público Eleitoral, que vai avaliar as provas e decidir sobre as medidas judiciais. A pena total dos crimes pode chegar a 20 anos de prisão, conforme previsto em lei.
A Polícia Federal também identificou omissão intencional de agentes públicos para favorecer a candidatura investigada. O grupo monitorava adversários políticos e os deslocamentos de equipes da PF, tentando dificultar o trabalho da corporação.
Reunião leva à investigação
A investigação iniciou em 16 de agosto de 2024, e partiu de um vídeo, datado de 2 agosto do mesmo ano, gravado na casa de Adriane Cidade, prima e ex-assessora do deputado estadual e então candidato a prefeito de Manaus, Roberto Cidade (União Brasil), com apoio do governo do Amazonas.
As imagens mostram uma reunião entre os ex-secretários e dois PMs, onde admitem que compraram votos em eleições passadas, que seguiram viaturas da Polícia Federal nas eleições para praticar crimes longe dos agentes, e que vão trazer bandidos envolvidos com milícias e crime organizado à cidade para serem presos em uma operação “forjada” pela polícia.
De acordo com a PF, durante as investigações, surgiram indícios de que líderes comunitários ligados a uma facção criminosa estavam ameaçando eleitores e impedindo a circulação de candidatos em algumas áreas da cidade.
O governo do Amazonas se manifestou por meio de nota, onde informou a exoneração dos secretários afirmando que, além de garantir a lisura das investigações, o ato tem como objetivo permitir que os citados se defendam de forma isonômica e justa.
Reunião de autoridades em Parintins é alvo de inquérito do MPAM
Divulgação
Operação
A Operação Tupinambarana Liberta foi deflagrada em 3 de outubro de 2024, com apoio da Corregedoria da Polícia Militar do Amazonas, que acompanhou o cumprimento das ordens judiciais contra os policiais envolvidos.
Os investigados foram exonerados. A medida foi tomada em resposta a recomendações do Ministério Público do Estado (MPAM), que abriu um Inquérito Civil para investigar o caso.
Segundo a PF, a operação mobilizou aproximadamente 50 policiais federais e cumpriu cinco mandados de busca e apreensão em locais identificados durante as investigações em Manaus. Ninguém foi preso.
Policiais estiveram em um apartamento localizado na avenida Darcy Vargas, bairro Parque 10, e em um condomínio situado no bairro Adrianópolis, ambos na Zona Centro-Sul de Manaus. Ninguém foi preso.
Além dos mandados de busca, a Justiça Eleitoral determinou a proibição do acesso dos investigados à cidade de Parintins e a proibição de contato dos investigados entre si e com coligações partidárias do município.
De acordo com Comando Geral da Polícia Militar do Amazonas (PMAM), os PMs envolvidos foram apresentados na sede da Polícia Federal para prestar esclarecimentos.
Todos os investigados foram levados à sede da PF. No local, os agentes colheram depoimentos por pouco mais de 1h30 e, em seguida, todos foram liberados.
Agente da Polícia Federal realiza buscas no apartamento de um dos investigados.
Divulgação/PF
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