‘Como será o Brasil quando eu não for mais presidente, se entrar a extrema direita?’, indaga Lula ao falar sobre defesa da democracia


Presidente deu a declaração após reunião com o presidente do Chile, Gabriel Boric. Lula também disse que ‘não quer guerra fria’ e quer ter relações com Estados Unidos e China. Os presidentes do Chile, Gabriel Boric, e do Brasil, Lula, durante reunião no Palácio do Planalto
Ricardo Stuckert/Presidência da República
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou que países, como Brasil e Chile, precisam de instituições fortes e perenes que atuem na defesa da democracia.
O petista deu a declaração após participar de reunião no Palácio do Planalto com o presidente do Chile, Gabriel Boric, que, assim como Lula, é de esquerda. Para Lula, os regimes democráticos podem correr riscos se forem presididos por políticos de extrema-direita.
“A geopolítica do mundo não é feita de ocasiões, ela tem que ser perene. E nós precisamos construir com instituições que deem segurança ao exercício da democracia, independentemente de quem seja o presidente da República. Como será o Brasil quando eu não for mais presidente, se entrar a extrema-direita aqui? Como será o Chile se entrar uma extrema-direita no Chile?”, declarou.
Na sequência, o presidente comentou a guinada geopolítica norte-americana com a saída do democrata Joe Biden e a entrada do republicano Donald Trump na Casa Branca. Para Lula, além da consolidação da democracia, é necessário fortalecer o multilateralismo.
“Você não quer guerra fria e eu não quero guerra fria. Eu não quero fazer opção entre Estados Unidos ou China. Eu quero ter relações com o Estados Unidos, quero ter relações com a China. Eu não quero ter preferência sobre um ou sobre outro […]. Eu quero negociar com todo o mundo. Eu quero vender e comprar, vender e comprar, vender e comprar, fazer parceria”, afirmou Lula.
O presidente do Chile, que discursou antes de Lula, também defendeu o multilateralismo e defendeu a união dos países para vencer desafios como crises migratórias, climáticas e sanitárias.
“Em um cenário de incerteza mundial, principalmente em matéria econômica, é mais relevante do que nunca reafirmar o nosso vínculo e dizemos aqui na América do Sul. Somos países amigos, vamos seguir trabalhando juntos e vamos seguir trabalhando juntos na defesa de princípios que nos importam, para o Chile a para o mundo: a democracia, o valor do multilateralismo e a importância da liberdade do comércio para benefício dos nossos povo”, disse Boric.
Ele afirmou também que o Chile é contra uma guerra comercial e a politização arbitrária do comércio mundial.
Acordos com o Chile
Nesta terça, os presidentes de Brasil e China assinaram uma série de acordos bilaterais.
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