Ex-funcionária do McDonald’s pede indenização de R$ 100 mil após ser agredida por cliente no litoral de SP


Funcionária do McDonald’s alegou ter ficado com marcas das agressões pelo corpo
Arquivo pessoal
A ex-funcionária do McDonald’s que alegou ter sido agredida por uma cliente no estacionamento de uma unidade da rede de fast-food em Praia Grande, no litoral de São Paulo, entrou na Justiça contra a empresa pedindo uma indenização de R$ 100 mil por danos morais. Segundo o relato, ela foi atacada após esbarrar sem querer no marido da mulher que a agrediu.
O caso ocorreu em 1° de janeiro deste ano. De acordo com o processo, a ex-funcionária desenvolveu um transtorno de ansiedade generalizada (TAG) em decorrência do ocorrido e da ausência de suporte da empresa.
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À época, a mãe da funcionária, que terá o nome preservado, disse que a filha ficou com marcas das agressões pelo corpo. De acordo com a familiar, a vítima recebeu encaminhamento médico por apresentar um quadro de Transtorno de Estresse Pós-Traumático (TEPS).
Em nota, o McDonald’s informou que, até o momento, não foi formalmente notificada sobre o caso. A companhia reforçou o compromisso com a construção de um ambiente seguro e respeitoso, e reiterou que repudia qualquer forma de violência.
Ação na Justiça
De acordo com o documento, inicialmente houve um acordo informal entre as partes, no qual a rede de fast-food se disponibilizou em colaborar com a identificação dos agressores, fornecendo as imagens captadas pelas câmeras de monitoramento.
A empresa, no entanto, disponibilizou as imagens do momento em que a vítima foi socorrida, omitindo as gravações que teriam registrado a agressão e a fisionomia dos autores, ainda segundo a ação elaborada pela defesa da vítima, formada pelas advogadas Simone Machado e Tania Reis.
“A inação da ré em prestar socorro, impedir a fuga dos agressores e, posteriormente, em fornecer as imagens completas, configura uma grave violação de deveres jurídicos que transcendem a mera relação de emprego, configurando um ato ilícito civil autônomo e gerador de responsabilidade”, afirmou a defesa.
As advogadas acrescentaram que a agressão ocorreu enquanto a vítima estava em pleno exercício das funções, dentro do ambiente de trabalho e diante de diversos clientes, o que agravou o abalo moral e emocional dela, expondo-a a situação de humilhação pública.
“Ainda que os agressores não sejam empregados da empresa, os fatos ocorreram nas dependências do estabelecimento, durante o expediente e no exercício de função atribuída à autora. Isso impõe à empregadora o dever de garantir um ambiente seguro, tanto física quanto psicologicamente, aos seus empregados”, afirmou a defesa.
Agressão no estacionamento
Vítima, de 19 anos, ficou com ferimentos na boca após agressão em Praia Grande (SP)
Arquivo pessoal
De acordo com o relato, a vítima trabalhou no McDonald’s por aproximadamente oito meses e, no dia 1º de janeiro, recolhia lixo das mesas quando esbarrou no desconhecido. Segundo a mãe, a filha pediu desculpas e continuou o serviço.
A funcionária teria sido surpreendida pela esposa do cliente enquanto descartava o lixo no estacionamento. De acordo com a mãe, ela foi chamada pela mulher de “piranha”, entre outros xingamentos.
“Jogou no chão, chutou, deu socos no rosto dela, na boca. O segurança foi tentar tirar a mulher, mas ainda acabou sendo agredido”, relatou a mãe. Segundo ela, outros clientes e funcionários precisaram intervir na situação.
Ainda de acordo com a mãe, ninguém acionou a Polícia Militar (PM) ou o resgate para a filha. Além disso, a agressora fugiu com o marido, que incentivou o ataque, conforme descrito pela familiar.
“Me ligaram pedindo para ir buscá-la no trabalho”, relembrou a mãe, dizendo que encontrou a filha machucada. Elas foram a um pronto-socorro, mas desistiram do atendimento devido à fila de espera por conta do feriado de Ano Novo.
No dia seguinte, segundo a mãe, a jovem registrou um boletim de ocorrência sobre o caso.
À época, o McDonald’s informou que ofereceu suporte e está em contato com a colaboradora, assim como se colocou à disposição das autoridades. A companhia destacou que é contrária a qualquer tipo de violência e reforçou o compromisso com um ambiente respeitoso.
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