
Haddad diz que reunião com secretário de Tesouro dos EUA foi cancelada após articulação da extrema direita
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), afirmou que a Medida Provisória (MP) criada pelo governo Lula em resposta ao tarifaço dos Estados Unidos, imposto pelo presidente Donald Trump, prevê três linhas de atuação junto às empresas brasileiras: financiamento, compras públicas e uma parte que envolve análise de impostos.
Ao ser questionado sobre produtos que são produzidos especificamente ao mercado norte-americano, o ministro afirmou:
“Isso [exportações de produtos focados aos EUA] a MP trata de três formas diferentes: as linhas de financiamento; tem a questão tributária, que vai receber um tratamento específico; e estamos mexendo também com compras governamentais”, disse, durante entrevista do ministro ao Estúdio i, da GloboNews.
Segundo o ministro, a medida precisa ser flexível para ser adaptada por todas as empresas que exportam para os Estados Unidos e são impactadas pela tarifa de 50% imposta por Trump.
“É uma MP, é importante dizer, que ela tem que ter uma certa flexibilidade porque nós estamos falando mais de 10 mil empresas, nós não vamos conseguir colocar na mesma moldura todo mundo, desde o pescado do CE até a Embraer, o pessoal de máquinas e equipamentos, o pessoal da manga do São Francisco… Não vai conseguir colocar todo mundo na MP”, afirmou.
Reunião cancelada
Fernando Haddad disse que uma reunião prevista para acontecer na próxima quarta-feira (13) para discutir o tarifaço com o secretário de Tesouro dos Estados Unidos, Scott Bessent, foi cancelada após atuação de “forças de extrema direita” que atuam nos Estados Unidos.
“A militância antidiplomática dessas forças de extrema direita que atuam junto à Casa Branca teve conhecimento da minha fala, agiu junto a alguns assessores, e a reunião virtual que seria na quarta-feira foi desmarcada”, disse Haddad”, disse Haddad.
Segundo Haddad, no dia 20 de julho, o presidente Lula pediu para ele “entrar no circuito” e tentar marcar uma reunião com Bessent, depois de saber que o ministro já havia se encontrado com o secretário do Tesouro em maio, antes de Trump anunciar as tarifas de 50% para os produtos brasileiros. Naquela ocasião, de acordo com Haddad, o encontro foi produtivo.
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