
Petrobras descobriu petróleo em poço ultra profundo na Bacia Potiguar
Divulgação/Petrobras
A Petrobras vai perfurar o terceiro poço exploratório em águas profundas na Bacia Potiguar, no Rio Grande do Norte. O anúncio foi feito pelo governo do Estado neste sábado (23).
A decisão foi comunicada após uma reunião entre governadora do RN, Fátima Bezerra, na sexta-feira (22), com a presidente da Petrobras, Magda Chambriard, e diretores da empresa.
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O novo poço, denominado Mãe Ouro, está localizado a cerca de 52 km da costa e a mais de 2 mil metros de profundidade.
Na mesma região, já foram perfurados os poços Pitu Oeste e Anhangá, localizados nos blocos BM-POT-17 e POT-M-762, que estão em fase de análise de viabilidade técnico-comercial (veja detalhes mais abaixo). Ambos fazem parte do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) do governo federal.
O governo do RN informou que, segundo a Petrobras, os levantamentos sísmicos já realizados apontam “forte potencial de descoberta de petróleo, o que poderá viabilizar a produção por meio da formação de um cluster offshore”, termo relacionado às atividades econômicas que ocorrem fora da costa.
A previsão, de acordo com o governo, é que a sonda chegue ao local em janeiro, após a anuência do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Renováveis (Ibama) para a transferência.
“A perfuração desse terceiro poço sinaliza o compromisso da companhia em desenvolver a exploração de petróleo e gás na Margem Equatorial, trazendo grande potencial de desenvolvimento econômico para o Rio Grande do Norte, com geração de emprego e renda para o nosso povo”, disse a governadora Fátima Bezerra.
De acordo com o governo do RN, as chances de novas descobertas no poço Mãe Ouro são promissoras, abrindo caminho para a consolidação de um cluster de produção de petróleo e gás offshore no estado.
Durante a reunião, também ficou definida a visita da presidente Magda Chambriard ao Rio Grande do Norte no mês de outubro, quando serão discutidos novos investimentos e parcerias.
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Bacia Potiguar
A Bacia Potiguar fica na Margem Equatorial, que se estende por mais de 2,2 mil km ao longo da costa entre o Rio Grande do Norte e o Oiapoque, no Amapá. A região é considerada a mais nova fronteira exploratória brasileira em águas profundas e ultraprofundas, e já foi chamada de “novo pré-sal”.
Para ambientalistas, no entanto, a atividade petrolífera na região pode resultar em prováveis tragédias ambientais, o que afetaria diretamente o território amazônico. Além da Bacia Potiguar, nela estão inseridas as bacias da Foz do Amazonas, Pará-Maranhão, de Barreirinhas e do Ceará. (Entenda mais aqui).
A Margem Equatorial é considerada uma “nova fronteira” pela ANP pois é uma área em exploração em estágio inicial, mas com potencial de possuir reservas de petróleo.
Descobertas recentes no RN
Na Bacia Potiguar, a Petrobras descobriu:
Petróleo no poço exploratório Anhangá, em abril de 2024, e uma perfuração de água profunda. De acordo com a empresa, a acumulação de petróleo descoberta foi encontrada em uma profundidade de água de 2.196 metros e distante 79 km da costa potiguar. O poço Anhangá está situado próximo à divisa entre os estados do Ceará e do Rio Grande do Norte – ele fica a cerca de 190 km de Fortaleza e 250 km de Natal.
Hidrocarboneto no poço exploratório Pitu Oeste, em janeiro de 2024. também em perfuração de água profunda. Segundo a Petrobras, o poço estava 52 km distante da costa do Rio Grande do Norte. A presença da substância era, no entanto, inconclusiva quanto à viabilidade econômica, segundo a Petrobras.
Os dois pontos, que têm uma distância de cerca de 24 km entre eles, ainda passavam por avaliações complementares pela Petrobras.
Em 2023, a Petrobras chegou a deixar de operar poços em terra no Rio Grande do Norte, após concluir a venda de todos os ativos no estado, inclusive a refinaria Clara Camarão. Meses depois, reabriu a sede no estado e anunciou um centro especializado em energia renovável em Natal.
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